Do Museu Peter Lund para o Talentos da Casa!
Expo apresenta desenhos de colaboradora que trabalha no Parque Estadual Sumidouro, em Lagoa Santa.
Publicado em 08/11/2019 16:17 - Atualizado em 26/02/2021 11:55
Como você aprendeu a desenhar? “Sou autodidata, aprendi a desenhar na infância observando os animais, vendo figuras nos livros e na internet.” Por que os animais? “Começou por amor aos bichos e, consequentemente, por causa da importância da preservação ambiental. Além disso, muitos visitantes viam no Museu Peter Lund fragmentos fósseis como o do Tatu-gigante, que faz parte da exposição sobre a Megafauna, do Pleistoceno, ou seja, cerca de 15.000 anos atrás. No entanto, não havia ilustração e muitos ficavam sem saber como era esse animal gigantesco que tinha o tamanho de um fusca. E, assim, pesquisei e fiz as ilustrações que hoje fazem parte do acervo do museu.”
Essa é Jucilene Graciele Pereira Martins, talento da MGS, que trabalha no Parque Estadual Sumidouro, localizado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela é monitora ambiental e acompanha visitas guiadas no local e na Gruta da Lapinha, que faz parte da rota turística Grutas de Peter Lund, inseridas na área de 2.004 hectares do parque. Paralelo a isso, tornou-se a desenhista oficial da exposição permanente do Museu Peter Lund, que possui fósseis vindos do Museu Natural de Copenhague, na Dinamarca.
EM CASA
Sabe aquela frase famosa do filósofo chinês Confúcio: “Trabalhe com o que você ama e não terá que trabalhar um dia de sua vida.” Esse é o mantra de Jucilene, afinal ela ama o que faz! “Essa é a minha segunda casa, passo mais tempo aqui do que no lugar onde eu moro”, afirma.
Moradora de Pedro Leopoldo, a colaboradora trabalha há sete anos no parque. Em 2017, quando a MGS assumiu a prestação de serviços no local, Jucilene fez o processo seletivo e passou. “Nós estudamos muito porque todos os colegas queriam continuar aqui e conseguimos”, comemora.
PETER LUND
A monitora ambiental conhece bem a história do parque. Fala com tanta naturalidade que até parece que conheceu Peter Lund, o naturalista dinamarquês, considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil. Ele viveu em Lagoa Santa, especificamente, na área do Parque Estadual do Sumidouro no século XIX, na década de 1830.
Lund fez extraordinárias escavações em grutas calcárias durante 10 anos, descrevendo minuciosamente a fauna de mamíferos da região e as mudanças ambientais que ocorreram desde o Pleistoceno. Os fósseis encontrados por ele na região estão no Museu Natural da Dinamarca, em Copenhague, sendo que uma pequena parte retornou ao Brasil, em 2012, e está exposta no Museu Peter Lund.
GRUTAS
Só para você ter uma ideia, na área do parque existem mais de 100 cavernas que integram a rota turística Grutas de Peter Lund. No entanto, apenas duas são abertas a visitação: Lapinha e Macumba. Jucilene é uma das monitoras ambientais que acompanham as visitas aos locais. “Isso daqui é a minha vida e me sinto feliz por passar aos visitantes a relevância histórica e ambiental deste lugar, que infelizmente ainda é vítima de vandalismo e depredação”, alerta.
Ela nos guiou durante o percurso na Gruta da Lapinha. Em algumas partes das formações rochosas há pichações, rabiscos e assinaturas. “É triste ver a falta de respeito de algumas pessoas, por mais que a gente peça para não colocarem as mãos, muitos vão muito além disso”, lamenta.
O passeio dura cerca de 50 min. A gruta, eleita uma das sete maravilhas da Estrada Real, possui 511 metros de extensão, iluminação artificial de led que destaca ainda mais a beleza do conjunto de cortinas denominado candelabros. É uma beleza que impressiona, fruto de uma série de processos geológicos milenares.
Dentre os diversos salões que compõem a gruta, oito são visitados e recebem os nomes relacionados às características das formações rochosas que compõem diferentes partes da caverna. “Esse é um tipo de gruta calcária. É formada quando a água ácida penetra no solo, entra em contato com rochas calcárias e as dissolve, formando “ocos” no relevo. Esse processo é o que define o surgimento da maioria dos tipos de caverna”, explica a monitora.
E os morcegos? Ah, se você tem medo, pode ficar tranquilo! Eles ficam bem escondidos nas frestas no alto das paredes e só saem à noite, quando o local é fechado à visitação.
ESTREIA NO TALENTOS DA CASA
Jucilene apresenta no Talentos da Casa uma série de 12 desenhos feitos a mão com lápis 4B e 6B. As ilustrações são originais, peças únicas que fazem parte da exposição permanente no Museu Peter Lund.
Ela ficou sabendo do projeto por meio de uma colega que viu a matéria nas redes sociais oficiais da MGS (Facebook, Instagram e Linkedin). “Quando eu vi do que se tratava, achei a ideia interessante e fiz contato com a comunicação. É muito bom trabalhar em uma empresa que valoriza o hobbie do empregado”, elogia.
Se ela ficou contente, imagina como nós nos sentimos! Como é bom descobrir talentos que nos enchem de orgulho e admiração. “Eu espero que os colaboradores visitem a minha exposição e conheçam um fragmento da nossa história. A preguiça-gigante, o tigre-de-dente-de-sabre e o mamute são apenas alguns dos que existiram no Brasil há milhares de anos e pouca gente sabe disso”, afirma.
A exposição do Jucilene Graciele Pereira Martins pode ser conferida de 11 de novembro a 13 de dezembro, no 12º andar da sede.
COMO PARTICIPAR
O projeto Talentos da Casa é uma exposição mensal, localizada no 12º andar da sede, que tem por objetivo apresentar e valorizar os diversos artistas da empresa que pouca gente conhece. Todo empregado da MGS que tiver um trabalho artístico, seja pintura, desenho, grafite, crônica ou poesia também poderá expô-lo. Para participar, basta entrar em contato com a Ascom pelo e-mail: paula.fernanda@mgs.srv.br.
por Ludimila Padrão