Responsabilidade social: mais de 2000 materiais são doados para APAC Santa Luzia
Produtos que estavam parados serão utilizados por detentos em oficinas internas, cozinha e padaria
Publicado em 30/12/2019 10:07 - Atualizado em 30/12/2019 11:39
Dignidade aos recuperandos: essa é a premissa da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. A MGS, pensando em apoiar ainda mais esse sistema de reintegração social, doou 2319 materiais para o uso dos detentos nas diversas oficinas de trabalho oferecidas no local. Entre os produtos doados estão uniformes, aventais, bonés, jaquetas, coletes e outros.
O diretor de Operações e Serviços da MGS, Michel França, participou da solenidade de entrega e ficou impressionado com o trabalho de ressocialização que é realizado no local. “A MGS é uma empresa que tem um viés de sustentabilidade no ponto de vista econômico e financeiro e também cumpre um importante papel social. Na nossa carta anual de governança está bem claro que a MGS auxilia nas políticas públicas e aproveitar um recurso público para retornar para outro serviço que contribui pra o social é muito gratificante”, afirma.
Para o presidente da Apac Santa Luzia, Ari de Jesus Soares, a doação irá auxiliar bastante a todos. “A Apac vive de trabalho voluntário e um dos elementos da aplicação da metodologia da instituição é o trabalho. Temos diversas oficinas e essa doação vai de encontro a formação e ao desenvolvimento pessoal. Ensinamos a importância da ordem, da limpeza, legalidade e da dignidade por meio do trabalho, então tudo que é equipamento e uniforme irá dar uma roupagem nova para este momento na instituição e estávamos carentes nesse aspecto”, diz o presidente.
O superintendente de Planejamento Logístico da MGS, Enderson Fabian de Carvalho, destacou a responsabilidade social da empresa. “Trata-se de um trabalho social no qual damos um bom destino a esse material que estava parado na empresa e que terão uma aplicabilidade importante para todos os detentos. Não há uniforme na Apac e nossa expectativa é atender de forma integral as oficinas internas, cozinha e padaria”, explica.
APAC
A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e à reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. O trabalho da Apac dispõe de um método de valorização humana, vinculado à evangelização e baseado em doze elementos para oferecer ao condenado condições de se recuperar. Busca também, em uma perspectiva mais ampla, a proteção da sociedade, a promoção da Justiça e o socorro às vítimas. Amparada pela Constituição Federal para atuar nos presídios, a Apac possui seu estatuto resguardado pelo Código Civil e pela Lei de Execução Penal. Opera como entidade auxiliar dos poderes Judiciário e Executivo, respectivamente, na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade nos regimes fechados, semiaberto e aberto.
A principal diferença entre a Apac e o sistema prisional comum é que, no primeiro caso, os próprios presos (recuperandos) são corresponsáveis pela sua recuperação e têm assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica prestadas por comunidades. A segurança e a disciplina no presídio são feitas com a colaboração dos recuperandos, tendo como suporte os funcionários, voluntários e diretores da entidade, sem a presença de policiais e de agentes penitenciários.
Além de frequentarem cursos supletivos e profissionais, os detentos possuem atividades variadas, evitando a ociosidade. A metodologia Apac fundamenta-se no estabelecimento de uma disciplina rígida, caracterizada por respeito, ordem, trabalho e envolvimento da família do sentenciado. A valorização do ser humano e da sua capacidade de recuperação é também um importante diferencial no método da Apac. Outro destaque refere-se à municipalização da execução penal. O condenado cumpre a pena em presídio de pequeno porte, com capacidade média entre 100 e 180 recuperandos, dando preferência para que o preso permaneça na sua terra natal ou onde reside sua família. Cada Apac é filiada à Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), órgão coordenador e fiscalizador das associações, reconhecidamente de utilidade pública até internacionalmente, que tem a função de orientar, assistir e manter a unidade de propósitos das associações.
por Flávia Moraes